Estudo Revela Risco de Submersão de Cidades Costeiras Devido ao Aquecimento Global
De acordo com as projeções, um aumento de apenas 3°C na temperatura global poderia levar à submersão de 50 cidades, afetando cerca de 10% da população mundial. Este cenário catastrófico ressalta a importância de atingirmos as metas de redução de emissões de carbono para evitar tal desfecho.
Um recente estudo da Climate Central, baseado em projeções climatológicas, acende um alerta para diversos lugares icônicos ao redor do mundo. O preocupante prognóstico indica que, sem ações urgentes contra o aquecimento global, locais como o Estádio do Maracanã (RJ), a Opera House em Sydney (Austrália) e a Estátua da Liberdade em Nova York (EUA) podem ser engolidos pelos oceanos.
Impactos das Mudanças Climáticas no Brasil
O Brasil também está em uma posição vulnerável frente às mudanças climáticas, sendo classificado como o 17º país mais suscetível. Dentre as cidades em risco, estão Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Santos (SP) e São Luís (MA). Essas cidades enfrentam desafios distintos quando comparadas a outras regiões litorâneas ao redor do globo.
Enquanto problemas gerais são encontrados em cidades costeiras globalmente, existem desafios regionais específicos que demandam planejamento e execução rápidos para minimizar os impactos. A forma como essas adversidades são tratadas é crucial para a mitigação dos efeitos do aumento do nível do mar.
Quais Serão os Principais Desafios?
O estudo utilizado pela Climate Central baseou-se em imagens de satélite, mareógrafos e modelos do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC. Foram simulados três cenários com base na concentração de emissão de gases de efeito estufa:
- Baixa emissão: A temperatura da Terra até 2100 não aumentaria mais que 2ºC.
- Emissão intermediária: A temperatura aumentaria até 2,7ºC até 2100.
- Emissão muito alta: A temperatura poderia subir 4,4ºC até 2100.
Dentro desses cenários, as projeções indicam que o Brasil enfrentaria uma elevação do nível do mar entre 20,9 cm a 24,27 cm até meados do século (2040-2059), e entre 40,5 cm a 65,6 cm até 2100, dependendo do nível de emissão e aumento de temperatura
Como isso Afeta as Cidades Brasileiras?
Atualmente, com a emissão de gases em nível intermediário, o Brasil pode ver um aumento de 21,65 cm no nível do mar até metade deste século e de 49,98 cm até 2100. Esses valores estão acima da média global. No pior cenário, onde as emissões aumentam significativamente, cidades como Santos e Rio de Janeiro podem sofrer aumentos ainda mais alarmantes.
Por exemplo, em Santos, o nível do mar pode subir até 27,74 cm até 2050 e até 72,85 cm em 2100. No Rio de Janeiro, os números são ligeiramente menores, mas não menos preocupantes: 23,84 cm até 2050 e 65,67 cm até 2100.
Possíveis Ações e Alternativas
Os dados sugerem que é imperativo adotar medidas significativas de contenção para evitar esses efeitos desastrosos. Se o atual ritmo de emissão de gases persistir, quase 2,74% do território de Santos e 2,07% da cidade do Rio de Janeiro podem estar submersos até 2050. Esses números podem aumentar ainda mais até 2100.
Se não forem tomadas ações concretas, o Brasil pode perder até 4.612 km² de área para as águas até o final deste século. Cidades densamente povoadas, como Guayaquil, Barranquilla, Kingston, Cotonou, Calcutá, Perth, Newcastle e Sydney, também estão em risco se as emissões continuarem a crescer.
A redução das emissões não só mitiga os riscos, mas também nos dá mais tempo para responder de maneira proativa e nos preparar para a subida dos mares. Projeções como essas não devem ser vistas como conclusões precipitadas, mas sim como um catalisador para ações rápidas e sustentadas.
Fontes: Estadão, Metrópole e Multiverso