Onze Municípios Brasileiros Correspondem a Quase um Quarto do PIB Nacional
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que onze municípios brasileiros correspondem por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Utilizando informações de 2021, os números mostram que São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília ocupam os três primeiros lugares, consolidando-se como os motores da economia nacional.
Essa concentração econômica nos grandes centros urbanos não é uma surpresa para muitos, porém, algumas mudanças significativas no ranking chamam a atenção. Municípios como Osasco e Maricá se destacam por um crescimento expressivo em participação no PIB, refletindo a reconfiguração econômica do Brasil.
Maricá: Um Fenômeno Econômico Impulsionado pelo Petróleo
A cidade de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, foi o município que mais ganhou participação no PIB em 2021. Com uma alta expressiva de 0,5 ponto percentual, Maricá passou do 26º lugar em 2020 para a 8ª posição em 2021. Esse salto foi resultado, principalmente, da extração de petróleo e gás.
Em 2021, Maricá recebeu R$ 1,33 bilhão em royalties e R$ 1,55 bilhão pela participação especial devida pelas concessionárias pela exploração de petróleo e gás natural. Esta compensação financeira fortaleceu a economia local, potencializando a cidade a se consolidar como um dos principais centros econômicos do país.
Quais Municípios Lideram o PIB Brasileiro?
Segundo os dados do IBGE de 2021, os municípios com maior participação no PIB brasileiro são:
- 1º – São Paulo: R$ 828,9 bilhões (9,20% do PIB nacional)
- 2º – Rio de Janeiro: R$ 359,6 bilhões (3,99%)
- 3º – Brasília: R$ 286,9 bilhões (3,18%)
- 4º – Belo Horizonte: R$ 105,8 bilhões
- 5º – Manaus: R$ 103,2 bilhões
- 6º – Curitiba: R$ 98 bilhões
- 7º – Osasco: R$ 86,1 bilhões
- 8º – Maricá: R$ 85,1 bilhões
- 9º – Porto Alegre: R$ 81,5 bilhões
- 10º – Guarulhos: R$ 77,3 bilhões
Por Que Alguns Municípios Perderam Espaço?
Apesar de muitas cidades terem mantido suas posições no ranking, algumas apresentaram uma diminuição na participação do PIB. Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, caíram no ranking, refletindo as mudanças nos setores econômicos dessas áreas.
De acordo com Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE, a redução na participação desses municípios está diretamente relacionada a setores específicos, como atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados em São Paulo e Porto Alegre, e administração pública em Brasília e Belo Horizonte.
Recuperação Econômica Pós-Pandemia
Entre 2020 e 2021, 132 das 185 concentrações urbanas do Brasil perderam participação no PIB. Essa tendência de desconcentração reflete uma recuperação econômica mais lenta para capitais e grandes cidades, que foram fortemente afetadas pela pandemia de Covid-19.
Embora tenha havido um aumento nominal para esses municípios em 2021, a participação deles no PIB ainda não retornou aos níveis pré-pandemia. As atividades de serviços presenciais foram as mais prejudicadas, impactando diretamente a recuperação econômica de diversas regiões.
Em resumo, os números de 2021 destacam a dinâmica e a volatilidade da economia brasileira, com novas cidades emergindo como potências econômicas, enquanto outras enfrentam desafios significativos. A movimentação dos municípios no ranking do PIB nacional demonstra a resiliência e a adaptação das economias locais frente a um cenário global em constante mudança.