Em um cenário cada vez mais dominado pelas plataformas digitais, um estudo canadense levanta um ponto interessante sobre o que chamadas de “detox digital” podem fazer pela autoestima. Realizado pela Universidade de York, em Toronto, o estudo observou as consequências de uma semana sem redes sociais, como TikTok, Instagram e Facebook, na percepção corporal de jovens mulheres.
O estudo contou com a participação de 66 universitárias, com idades entre 17 e 24 anos. Os resultados foram surpreendentes, destacando alterações positivas na forma como essas mulheres percebiam suas autoimagens. Este experimento trouxe luz sobre como o afastamento temporário de tais plataformas pode auxiliar aquelas que lutam contra padrões de imagem corporais irreais.
Qual foi o método utilizado na pesquisa?
A investigação foi conduzida com uma metodologia dividida em dois grupos. Enquanto um grupo parou completamente de usar as principais redes sociais por uma semana, o outro grupo manteve seu uso habitual dessas plataformas. Este design experimental permitiu aos pesquisadores observar diferenças significativas na autoimagem e autoestima entre os dois grupos.
Os participantes foram solicitados a responder questionários antes e depois do experimento. Estes questionários abordavam temas como satisfação com a própria imagem ao se olhar no espelho e a vontade de se parecer com imagens de corpos perfeitos frequentemente promovidas nas mídias sociais. As diferenças observadas reforçaram a hipótese de que um intervalo das redes sociais pode beneficiar aqueles que buscam um ideal de magreza potencialmente prejudicial.
Por que as redes sociais podem afetar a autoestima?
A ligação entre redes sociais e autoestima está ligada na maneira como essas plataformas promovem e disseminam ideais de beleza. O constante bombardeio de imagens que enfatizam corpos perfeitos pode intensificar a comparação e, consequentemente, prejudicar a percepção de autoimagem de indivíduos suscetíveis a esses padrões.
Além disso, o estudo sugere que se desligar das mídias sociais força as pessoas a encontrarem maneiras alternativas de gastar seu tempo. Isso pode levá-las a práticas mais saudáveis, como exercício físico, aumento na qualidade do sono ou interação social ao ar livre, todos os fatores que contribuem para uma saúde mental e física superiores.
Quais são as implicações futuras do estudo?
Embora os resultados iniciais sejam promissores, as autoras do estudo ressaltam a necessidade de pesquisas adicionais. Isso se deve, em parte, à limitação da amostra e à variabilidade no consumo de conteúdo que reforça ideais corporais específicos. Um acompanhamento mais extenso poderia ajudar a solidificar a estratégia de redução no uso das plataformas como uma intervenção útil para aqueles em risco de transtornos alimentares.
A professora Jennifer Mills, que coordenou o estudo, sugere que um controle maior dos usuários sobre como e quando usar as redes sociais poderia mitigar os efeitos negativos associados a essas plataformas. Incentivar uma interação mais consciente com a tecnologia talvez seja um caminho promissor para proteger a saúde mental das novas gerações.
Como as redes sociais podem apoiar a saúde mental?
Embora o estudo foque nos impactos negativos das redes sociais, é importante também considerar como esses ambientes podem ser estruturados para beneficiar a saúde mental. Plataformas que promovem conteúdo positivo, que encorajam a autoaceitação e oferecem recursos de bem-estar psicológico podem contrabalancear parte dos efeitos negativos.
Iniciativas educacionais dentro das redes sociais, direcionadas para aumentar a conscientização sobre os riscos de autocomparação e como buscar apoio são estratégias que podem ser implementadas. Ademais, promover conversas abertas sobre autoestima, assim como histórias de superação pessoal, pode ajudar a criar uma comunidade mais solidária e acolhedora.