Exercícios Físicos e Depressão: Um Aliado à Saúde Mental

Exercícios Físicos e a Melhora na Qualidade de Vida de Pacientes com Depressão


Exercícios Físicos e a Melhora na Qualidade de Vida de Pacientes com Depressão

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, a depressão figura entre as principais causas de inabilidade no mundo, afetando de maneira intensa a rotina dos indivíduos. A alimentação e o sono são apenas alguns dos aspectos do cotidiano que são comprometidos por essa condição. Apesar de a depressão ser uma doença com tratamento eficaz, a realidade é que uma expressiva parcela dos portadores não recebe a assistência necessária.

Nesse contexto, a inclusão de atividade física nos tratamentos convencionais de depressão vem ganhando destaque. Enquanto medicamentos e terapia psicológica permanecem as principais formas de tratamento, a prática de exercícios apresenta-se como um influente complemento, oferecendo benefícios que vão além do controle dos sintomas depressivos.

Como a atividade física pode complementar o tratamento da depressão?

Diferentes países, de acordo com levantamentos, já recomendam em suas diretrizes clínicas o uso de exercícios físicos no tratamento da depressão, porém sem especificar doses ou modalidades precisas. Um estudo significativo, realizado com participantes de quatro diferentes nações e publicado no British Medical Journal, examinou diversas modalidades esportivas comparando-as a tratamentos psicoterapêuticos e farmacológicos usuais.

Quais exercícios se mostram mais eficazes?

A pesquisa evidenciou que práticas como caminhada, corrida e yoga, além do treinamento de força, são notadamente mais eficazes que outras atividades. Neste contexto, a eficácia dos exercícios mostrou-se proporcional à intensidade com que são realizados. Importante pontuar que a produção de serotonina e dopamina, elementos químicos associados ao bem-estar, é estimulada durante a atividade física, segundo explicado pelo endocrinologista Guilherme Renke.

Como o exercício físico potencializa o efeito dos medicamentos?

O estudo também apontou que os exercícios físicos podem amplificar os efeitos de medicamentos antidepressivos, como os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina. Portanto, além de contribuir diretamente para a melhoria do estado mental, os exercícios servem como importantes aliados dos tratamentos farmacológicos.

As diferenças no impacto dos exercícios físicos também foram observadas entre gêneros e faixas etárias, onde mulheres obtiveram mais benefícios de treinos de força e ciclismo, enquanto exercícios como yoga e tai chi mostraram-se mais benéficos para os homens, quando combinados com terapia psicológica.

Atividades leves também são benéficas?

Segundo o psiquiatra Higor Caldato, a escolha pela modalidade de exercício mais adequada deve levar em conta a disposição e as condições do momento vivido pelo paciente. Mesmo exercícios de menor intensidade são valiosos, já que podem ajudar na redução do isolamento social e contribuir para uma melhoria significativa no quadro geral do indivíduo.

Portanto, a implementação de atividades físicas no planejamento de tratamentos para depressão não apenas fortalece a eficácia das terapias convencionais, como também propicia uma recuperação mais abrangente e enriquecedora ao indivíduo acometido por este desafio de saúde mental.